A Força da Leitura - Crônica Jornal “Estado de Minas - 11/05/2017 - Mário Ribeiro

Talvez agora seja um momento de reflexão sobre a importância de abrir mão de tantos recursos modernos de multimídia e optar pelo tradicional em termos de leitura.

É tamanha a multiplicidade midiática que a narrativa de um dia-a-dia conturbado demais parece nos conduzir a um estado de desânimo e desilusão.

Livros que antes foram lidos apressadamente, ou nem concluídos, nos trazem ângulos que antes não foram bem observados. Alguns, quando relidos, aclaram sobre belos e tristes fatos deste mundo em constante evolução e ebulição.

Acostumando-nos à multimídia cada vez mais poderosa, talvez não seja absurdo pensar que abrir mão dela um pouco seja um jeito de nos aliviar de tantas angústias.

E que um mundo que não para de evoluir, por outro lado parece também mais conturbado e confuso e, assim, acelerando ainda mais as nossas angústias.

Este é um raciocínio que pode parecer por demais sonhador diante da impossibilidade de se tentar abrir mão do imediatismo meio paranóico de mensagens de whatzapp, comentários alucinados do twitter (geralmente um campo sem regra e sem alma) e de tantos outros recursos digitais que buscam nos enquadrar em regras mais alienantes do que esclarecedoras, tantas elas são.

O vício digital na sua intensidade atual nos domina com tamanha força que fica impossível ficar livre dele.

Ler romances, mesmo no ótimo iPad, funciona como água pura de um oásis salvador no meio do deserto e, como dizia o escritor Monteiro Lobato: 1) “quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”; 2) “Um país se faz com homens e livros”.

Falou e disse.


Mário Ribeiro