E foi quando Lulude se apaixonou pelo Tanguá, pescador e canoeiro de canoa grande, isto numa tarde de sol poente.
O sol refletido no rio foi direto aos olhos de Lulude que a custo enxergou o canoeiro que exibia um surubi pescado por ele.
Mudada a posição, ela viu claramente Tanguá, que nem musculoso era, mas habilidoso no remo e muito bom no anzol.
Pensou, parece que até murmurou:
“Mesmo se for casado, vou com ele deitar na areia quente. Não me escapa, ainda mais que por tentação, tem uma falha de dente que enlouquece qualquer mulher.”
Tanguá reparou naquela “roxinha” na beira do rio, coxas grossas, cabelo liso, rosto bonito e dentes alvos.
E pensou, parece que até murmurou:
“Mesmo que seja de outro, vou deitar com ela na areia quente. Nunca vi roxinha mais bonita”.
E foi assim que tudo começou.
Mal anoitecia, ele já na canoa, esperava por ela que chegava na beira do rio e juntos iam para a ilha defronte ao cais.
Tinham pressa, queriam areia ainda quente. Pelados se banhavam nas águas generosas etc e tal.
Feita a ablução, vestiam suas roupas e retornavam para a margem.
Ela ia para a casa logo do outro lado da rua do cais.
Ele ia para o meio do rio por saber que de noite se pesca melhor.
Ela nada mais queria com Tonho que acabou indo embora porque ele ainda estava ligado na Dorica pelo pirão feito com farinha grossa, cabeça de peixe e pimenta.
Quando noite a dentro chegava, o pirão estava no canto do fogão de lenha, ele comia tudo e, às vezes, raras ultimamente, também dava alegria à Dorica.
E veio a cheia, as águas cobriram tudo, não sobrou nem uma nesga de areia onde pudessem se deitar.
Aí combinaram que voltariam a se deitar juntos quando as águas baixassem e tivesse areia quente.
Lulude deu a Dorica melhor e mais frequente alegria.
Mas somente no período da cheia.
E assim viveram pelo tempo enquanto puderam e se entregavam loucamente, suas vidas sempre regidas pelas cheias do rio.
Mas Tanguá em qualquer época, comia pirão feito com farinha grossa, cabeça de peixe e pimenta.
Arthur Lopes Filho
O sol refletido no rio foi direto aos olhos de Lulude que a custo enxergou o canoeiro que exibia um surubi pescado por ele.
Mudada a posição, ela viu claramente Tanguá, que nem musculoso era, mas habilidoso no remo e muito bom no anzol.
Pensou, parece que até murmurou:
“Mesmo se for casado, vou com ele deitar na areia quente. Não me escapa, ainda mais que por tentação, tem uma falha de dente que enlouquece qualquer mulher.”
Tanguá reparou naquela “roxinha” na beira do rio, coxas grossas, cabelo liso, rosto bonito e dentes alvos.
E pensou, parece que até murmurou:
“Mesmo que seja de outro, vou deitar com ela na areia quente. Nunca vi roxinha mais bonita”.
E foi assim que tudo começou.
Mal anoitecia, ele já na canoa, esperava por ela que chegava na beira do rio e juntos iam para a ilha defronte ao cais.
Tinham pressa, queriam areia ainda quente. Pelados se banhavam nas águas generosas etc e tal.
Feita a ablução, vestiam suas roupas e retornavam para a margem.
Ela ia para a casa logo do outro lado da rua do cais.
Ele ia para o meio do rio por saber que de noite se pesca melhor.
Ela nada mais queria com Tonho que acabou indo embora porque ele ainda estava ligado na Dorica pelo pirão feito com farinha grossa, cabeça de peixe e pimenta.
Quando noite a dentro chegava, o pirão estava no canto do fogão de lenha, ele comia tudo e, às vezes, raras ultimamente, também dava alegria à Dorica.
E veio a cheia, as águas cobriram tudo, não sobrou nem uma nesga de areia onde pudessem se deitar.
Aí combinaram que voltariam a se deitar juntos quando as águas baixassem e tivesse areia quente.
Lulude deu a Dorica melhor e mais frequente alegria.
Mas somente no período da cheia.
E assim viveram pelo tempo enquanto puderam e se entregavam loucamente, suas vidas sempre regidas pelas cheias do rio.
Mas Tanguá em qualquer época, comia pirão feito com farinha grossa, cabeça de peixe e pimenta.
Arthur Lopes Filho