Urtigão e os Carniceiros

Quando a esmola é demais o pobre desconfia. Sempre fui pobre e vou morrer pobre. Desconfio sempre. Uso cinto e suspensório.

Não queria escrever sobre os fatos recentes que praticamente jogaram no lixo um esforço sobre-humano que vinha sendo feito pelo presidente Temer e sua equipe. Não cabe a mim defende-lo. Ele tem gente muito mais competente do que eu e creio que poderá ver-se livre da "arataca" que armaram para ele.

As dúvidas sobre a gravação são enormes. Dois grandes diários de São Paulo, Estadão e Folha, cuidam de desmascarar a farsa.

A Globo, que germinou o ovo da serpente, se mantém firme em sua versão e tenta provar o seu ponto de vista. Toda equipe é unânime de que o presidente é culpado e dane-se o resto. Quanto a isso, vale dizer: danem-se os brasileiros.

Vou me ater aos dois açougueiros goianos e suas origens.

O pai, de "alcunha" Zé Mineiro, começou a ficar rico na construção de Brasilia. Feliz coincidência. Brasília, "a sin city" de Pindorama e um açougueiro esperto, especializado em fornecer carne para empreiteiras.

Combinação mortal: carne de pescoço e a turma da "empreita", razão de todos os males nacionais.

Vamos aos dois irmãos com nome de dupla sertaneja.

Começaram a ficar bilionários em 2007. Bingo: governo de Luis Inácio Lula da Silva, sacripanta maior jamais parido nessa terra de Santa Cruz

Enriqueceram fácil. Muito mais rápido do que qualquer marqueteiro, muito mais rápido do que Carlinhos Cachoeira e muito mais ligeiro do que a maioria dos ricos do Brasil. Só perdem em ligeireza para o outro Batista, o homem dos XXXX. Esse é outro fenômeno, criador de empresas fantasmas e caloteiro oficial.

Voltemos aos irmãos goianos.

O mais velho, tido como o mais safado da dupla, se propôs a entregar todo o poder legislativo e o chefe do executivo em troca de colaboração com a justiça, acordo dos mais magnânimos, certamente inédito nas cortes de justiça do mundo.

A empresa "holding" paga uma "merreca" e todo o clã pega um jato particular e vai curtir as benesses do primeiro mundo.

Interessante que no "trato dos viventes e vivaldinos", quem vai pagar a multa, seja ela do tamanho que for, será a empresa.

O MPF, ao que tudo indica, esqueceu-se que vinte e cinco por cento da empresa-mãe pertence ao BNDES e à Caixa Econômica.

Não sabemos ainda o quanto do Grupo JS pertence aos fundos de pensão e ao FI-FGTS. Precisamos saber. Afinal de contas, toda essa dinheirama é do povo brasileiro.

Enquanto a turma vermelha se apressa em "apear o presidente Temer", não se preocupam para o enorme calote que colocaram na nossa conta.

Só querem o poder, para salvar a Jararaca da cadeia. O povo brasileiro, que tanto louvam, entra com o rabo e a vaselina.

Na minha modesta opinião, quem deve pagar multas, sejam elas quanto forem, deverão ser debitadas aos irmãos facinorosos. Se cobrarem da empresa, cobrarão novamente de todos nós.

Prometo não voltar ao assunto. Deixo ao encargo de outros mais capazes.

Em tempo: a Globo e seus filhotes carregaram na mão.

Desconfiem da esmola.

Uma Nota:
 Nada contra açougueiros e tampouco contra as duplas sertanejas. Tenho muito respeito por todos. Desculpem-me se porventura os ofendi.


Urtigão (desde 1943)

Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba em 1943. Nenhum parentesco com o Joaquim Silvério, que fez o acréscimo no nome, depois de cumprir oito anos de pena na Ilha das Cobras e ter as suas dividas com a coroa portuguesa devidamente perdoadas. Acordo bem pior do que a leniência dada aos "esleys".