Torre da Radio Inconfidência - 1964 |
Ao lado de tal sotaque, parece-me que estandardizaram as vozes. Na CBN, então, um desastre. Contrataram uma tal de
Tatiana Vasconcellos, que faz questão dos dois elles e é um "porre". Tem outras mais antigas, como Fabiola Cidral, Petra Chaves, Luiza Silvestrini (essa tem os erres muito guturais) e Cassia ou Catia Godoy. Se grafei os nomes com erro, desculpem-me. Não visito "sítios" e tampouco ouço rádio na internet. Sou antigo. Comia merenda em vez de lanche e as pessoas tinham nome completo.
Tatiana Vasconcellos, que faz questão dos dois elles e é um "porre". Tem outras mais antigas, como Fabiola Cidral, Petra Chaves, Luiza Silvestrini (essa tem os erres muito guturais) e Cassia ou Catia Godoy. Se grafei os nomes com erro, desculpem-me. Não visito "sítios" e tampouco ouço rádio na internet. Sou antigo. Comia merenda em vez de lanche e as pessoas tinham nome completo.
Tatiana na CBN transmudou-se em Tati, Mariana é Mari, Daniela é Dani e assim vai. A BandNews, que deveria se intitular Band Notícias, vai na mesma toada. Ao que parece, nunca ouviram falar em Iris Letieri e para chegar mais perto, da Roxane Ré, que também trabalhou na emissora dos Marinho.
Merenda, palavra boa e bem portuguesa, sobrevive somente na "Merenda Escolar". Tudo virou lanche. Nada contra a língua de Shakespeare. É a mais rica de todas e tornou-se a segunda língua do mundo. Mandarim é difícil, não tem alfabeto, tem garatujas e está longe do alcance da maioria dos mortais.
Some-se ao que disse acima, a necessidade de economizar. Repórter torna-se apresentador, tendo ou não voz bonita. Antigamente repórter falava ao vivo e, quando acontecia, caprichava na pronúncia. Dava certo. Falo com conhecimento de causa. Minha mulher fez de tudo no rádio, antes do veículo tornar-se moda. Tinha e tem voz bonita.
Para não ser dito que puxo a brasa para a minha sardinha, trago o exemplo de locutoras da rádio onde ela trabalhou, Inconfidência, criada nos anos trinta do século passado, teve muito prestígio e tinha o "slogan" de O Gigante do Ar . Cem quilowatts nas Ondas Curtas.
As locutoras também faziam rádio teatro. Conheci pessoalmente as celebradas Anete Araújo, Sheila Jordani e Dina Fernanda. Entre elas bem mais nova, Leila Mara, verdadeira "coringa", jornalista, mas chegou a fazer até rádio-novela, Tina Gonçalves, apresentadora de programas caipiras. Bonita e calipigia. Não me lembro das profissionais da Guarani. No interior essa emissora não " pegava" e, quando vim para Belo Horizonte estudar, eu não tinha receptor. Era caro e o transístor não tinha sido inventado.
No quesito de locutoras, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro era imbatível. Lúcia Helena, Daisy Lúcide e outras menos cotadas. Eram cariocas. Falavam, sem sotaque, para o Brasil inteiro. Respeito aos regionalismos. Outra boa lembrança: não existia emissora só de notícias. A Inconfidência transmitia boletins noticiosos de meia em meia hora. Os redatores tinham o bom senso de "requentar"t o noticiário com mudanças no texto. Uma boa providência para não cair na mesmice.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudonimo de José Silverio Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba em 1943