Santana do Pirapama não é muito longe de Baldim. A segunda é terra natal do titular do blog e também é a cidade mineira que mais produz doces por metro quadrado. Sem matéria prima. Não produz frutas e importa tendões de boi do Mato Grosso. Para fazer geleia de mocotó. Enfim, lugar esquecido pelo tempo de vida pacata do interior.
O viajante refugou. O barbeiro solícito, passou água e sabão na "ferramenta" e burrifou com álcool. Menos mal, pensou o freguês. Daí até o fim do processo tudo normal. Barba bem feita. Não careceu nem toalha quente.
Resposta imediata:
Santana do Pirapama não produz doces. Em compensação, corria a "boca pequena" nos tempos em que vivi em Sete Lagoas, que era a cidade que mais produzia barbeiros no País. Digna do Guiness Book.
Num dia de Sábado, um viajante, antes de seguir viagem para Papagaio, resolveu aparar os cabelos e fazer a barba. Não precisou andar muito. A dez metros encontrou uma barbearia e entrou. Perguntou ao Fígaro quantos fregueses na sua frente.
Resposta pronta:
- Só um, para barba. Os outros são fregueses de prosa.
Tomou assento, pegou uma revista Seleções bem gasta e ficou a espera. Volta e meia corria os olhos no profissional da navalha. Notou algo diferente no freguês assentado na cadeira "Ferrante". Tinha uma bochecha de um lado só do rosto. Até aí, nada de mais. O espanto aconteceu no meio do ritual da navalha. A bochecha mudou de lado. Fato incomum. Ficou de olho.
No final do processo, fim do mistério. O paciente, depois do álcool, talco e velva, abriu a boca e o barbeiro retirou de lá uma bola de ping-pong.
Ao seu olhar estranhado o barbeiro explicou:
- Fica muito melhor para escanhoar. Estica a pele, gasta menos espuma e faz menos irritação.
Recebeu a sua paga, passou o espanador na cadeira e convidou o forasteiro a se acomodar. Cortou-lhe as melenas, conforme o gosto. Chegou a vez da barba. A bolinha de ping-pong tinha sido depositada numa bacia pequena,
igual a que era usada para fazer espuma.
igual a que era usada para fazer espuma.
O viajante refugou. O barbeiro solícito, passou água e sabão na "ferramenta" e burrifou com álcool. Menos mal, pensou o freguês. Daí até o fim do processo tudo normal. Barba bem feita. Não careceu nem toalha quente.
Deglutiu a bolinha na mão do profissional e perguntou em seguida:
- Há quanto tempo o senhor está na profissão?
- Faz muitos anos. Herdei o salão e ofício do meu pai.
- Faz muitos anos. Herdei o salão e ofício do meu pai.
Ao que o viajante perguntou:
- Nesse tempo todo o senhor usou a bolinha?
Diante do meneio afirmativo de cabeça, emendou a pergunta:
- E ninguém nunca engoliu o seu instrumento de ofício?
Resposta imediata:
- Muitos já engoliram. Felizmente, são todos conhecidos e honestos. No dia seguinte sempre devolvem, devidamente lavadas!
Segunda história bem rápida
Uma moça da roça procurou o medico na cidade. Ele pediu um exame de sangue.
Segunda história bem rápida
Uma moça da roça procurou o medico na cidade. Ele pediu um exame de sangue.
Dias depois, ela voltou ao consultório e o médico ao examinar o exame, lhe disse de chofre:
- Sinto informar-lhe, a senhorita foi ofendida de barbeiro.
- Sinto informar-lhe, a senhorita foi ofendida de barbeiro.
Resposta raivosa da cliente:
- Sem vergonha. Ele jurou que era fazendeiro!
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba em 1943.
- Sem vergonha. Ele jurou que era fazendeiro!
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba em 1943.