Políticos e Plutocratas #1 - Correspondente Internacional

Gold and Silver coins of Croesus
Quem gosta de políticos? 

Em qualquer conversa de bar ou via celular existe apenas uma concordância.

Politicos não prestam!

Não era assim. As divergências políticas sempre existiram e dependendo da época causavam mais ou menos embates entre amigos e amigas. Hoje vivemos e vemos uma descrença imensa da classe política na grande maioria dos países.

Como chegamos a este ponto?

Os politicos estão entorpecidos pelo poder decorrente dos "infalíveis" votos que os elegeram. Votos que veem de campanhas exageradamente caras.
Para ganhar não precisam mais falar a verdade ou fazer o que prometeram para se reelegerem. 

Manipulando a verdade realizam seu show. E a verdade tem um preço. Por isso o financiamento de campanha ficou tão importante. Dinheiro é poder. Dinheiro público ou privado. Não importa. De norte a sul vemos que o dinheiro é o ponto mais importante para decidir uma eleição.

Sobre as disputas no campo das ideias, a busca de novas e modernas leis, ou sobre o desenvolvimento de programas sociais para minimizar os problemas que vemos hoje no século XXI, vejo que a grande maioria dos políticos prefere não entrar nesta "furada".

Ganhar e se manter no poder é fundamental. Estarem certos ou serem coerentes parece ser pouco popular e desnecessário. Em dias de Twitters e WhatApps. E com a avalanche de informação que domina o mindset do consciente coletivo, vencer é tudo. Vencendo os políticos aparecem nas #hashtags, nos MeMes mais vistos e nos links mais compartilhados.

Para permanecerem na mídia os politicos precisam municiar suas contas de Twitter com opiniões e seguidores. Os mais privilegiados utilizam sistemas complexos de computadores que ajudam a viralizar seu arsenal de noticias (verdadeiras ou falsas) com seu nome em negrito. Assim continuam a comprar espaço na mídia e re
elegendo. 

Também precisam de vínculos "lobistas" junto a organizações das mais diversas possíveis. Pode ser o grupo de trabalhadores da industria carvoeira ou o sindicado dos controladores de voos. Devotados "Pro-Life" ou fanáticos "Pro-Choice". ONGs que tentam salvar o planeta dos gases teoricamente tóxicos devido à evolução humana ou cowboys que precisam da sua querida 2a emenda constitucional para manter o "direito" de qualquer um compra de armas de fogo. Na verdade, não importa o lado. A coisa está ficando cara. 

Nesta 2a década do século XXI ganhar uma eleição ficou extraordinariamente custoso.

Dinheiro e política sempre moveram o mundo. Combinam bem. O custo de emplacar uma emenda também aumentou nos últimos anos. Para a nova classe política “Cash is King”. Já ouvi obvious CFOs de empresas privadas, dizendo o mesmo. Não pensam duas vezes antes de moverem linhas das planilhas de custos desde que seja para manter o trimestre no Azul. E olhe que as vezes esta "mudança de linha" pode ter sua "honestidade" discutida. 


Sim. "Cash is King" e números não mentem.

Hoje temos empresas que investem mais no mercado de ações do que no desenvolvimento de novos produtos e serviços. Esta roda viva só corrobora (nova palavra da moda) com a crise política mundial.


Os “inventores” das primeiras moedas e do primeiro sistema de cambio de que temos noticia surgiu por volta do ano de 600 BC onde hoje é o Oeste da Turquia. Em um reino chamado “Lydia” que tinha como capital a cidade de Sardis, um “Goldsmith” da época criou, utilizando um processo eletrolítico, as primeiras moedas que conhecemos (foto). Eram produzidas da mistura de ouro e prata.

Com a criação de uma moeda o Rei Croesus, mandatário da região, cresceu seu território. A sua nova forma de quantificar e comercializar produtos transformou Lydia em pouco tempo em uma grande potência na Asia Menor. Cresceram e expandiram. Da região de Anatolia até a borda do Império Persa. Riqueza e poder sustentavam o governo de Croesus. A festa acabou quando outro Rei, desta vez Cyrus II da Persia, percebendo o avanço territorial do vizinho, entrou em confronto direto e derrotou Croesus no ano de 546 BC. Mesmo derrotado o nome do Rei “inventor do dinheiro" ainda permanece vivo em livros e sites de história. 


O termo: "As rich as Croesus” ainda é usado. Assim como “suas moedas” que agora em formato digital, controlam países, culturas e religiões pelo mundo.

Para acelerar o processo de ganhar politicamente apenas usando dinheiro, a solução encontrada foi conseguir produzir em alta escala, idiotas fundamentais. A idéia não é nova. Com pouca capacidade de leitura desenvolvida por uma intencional decadências das escolas publicas e quem sabe até mesmo uma mudança genética… a realidade é que a maioria dos eleitores perderam a capacidade de analise individual. O sistema consegue direcionar e cativar os eleitores com propagandas e estatísticas digitais. 


A forma é eficiente. Eles e elas recebem apenas as informações que ajudam a confirmar seu desejo politico inicial. Os eleitores pensam que estão informados e tomando sua própria decisão. A realidade é que foram manipulados por grandes financiadores, grandes corporações e indivíduos que investiram milhões na campanha.

Chegamos na era da política comandada pelos Plutocratas do 2o Milênio.

As noticias começam a aparecer. De fontes seguras e com reportagens investigativas. A estratégias aplicada que levou a vitória do Republicano gordo e laranja nos EUA foi financiada por um pequeno grupo de plutocratas.

E não foi só do lado de Trump. Dona Hillary também recebeu investimentos gigantes de um pequeno grupos de indivíduos. Estes sim, os Plutocratas, comandam o destino das eleições.


No caso de Trump um único doador teve participação decisiva. Mr. Robert Mercer. Ele provavelmente foi o principal responsável a definir o destino do vencedor durante as eleições da maior potência da terra em 2016.

Não foram só os Russos. Não foram os carvoeiros de Ohio. Tudo indica que Mercer e seu astronômico poder econômico decidiram as eleições nos EUA. Como? Investindo e usando algoritmos. O que sabem fazer de melhor.

O bilionário Robert Mercer tem hoje 71 anos de idade. Ele é um dos sócios do Mega “Hedge-Fund” chamado Renaissance Technologies. Fundado em 1992 por Jim Simons, o Renaissance é dirigida Bob e seu amigo Peter Brown, ambos considerados gênios e excêntricos.

A partir de 1998 o grupo de investimento começou a revolucionar o mercado financeiro criando e aplicando novos algoritmos para atingir lucros maiores para seus clientes. Na empresa contrataram Matemáticos e Físicos com Ph.D. vindos de renomadas universidades para criar um super inteligente grupo de trabalho. Junto a eles mais de 10,000 processadores em super computadores fizeram o Renaissance alterar para sempre a forma de investir em Wall-Street.

Seu principal fundo "Medallion" chegou a impressionantes 80% ganhos em um ano. Valor bruto. Pois a comissão paga para a empresa é considerada uma das mais caras do mercado. Em 2017 o fundo controlado por Mercer e Brown administram em torno de 65 bilhões de dólares.

Privadamente Mercer possui como a maiorias dos bilionários americanos uma fundação sem fins lucrativos. Através da fundação, Bob e sua filha Rebekah resgataram a campanha de Trump em seu momento mais dramático.

As pesquisas estavam indo contra o Aprendiz. Parecia que ele estava em queda livre quando Mercer entrou no jogo. Aproveitaram que Ted Cruz tinha saído da batalha e contrataram Conway para chefe de campanha. Injetaram mais de 10 milhões no site Breitbart de Steve Bannon. Com outros milhões ajudaram a criar uma rede de notícias para atacar os adversários e convencer os republicanos de que Trump era a única solução para vencer Hillary.


Breitbart rapidamente se transformou em uma fonte de notícia que Retro-alimenta os twitters de Trump e dos seguidores republicanos. Combinados com o absurdo tempo de exposição de Trump durante os debates e de sua presença diária na FOX News, a estratégia criou uma realidade maravilhosa para os eleitores republicanos e indecisos. Mundo p
erfeito. Os eleitores recebiam notícias boas para Trump, e noticias ruins para Hillary. Sem questionar nenhuma delas. A grande maioria falsa.

Para vencer a verdade não existe mais. 
A verdade está sendo criada. A verdade é comprada. 

Custe o que custar.


To be continued...