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Trouxas do Mundo de Harry Potter |
Alimentam a imprensa com fatos pensados e a dita cuja repercute no nosso ouvido. Tudo fictício. Jogo de cena, empulhação e manobras dissuasórias. Nada verdadeiro.
Leio também na Piauí deste mês, excelente perfil do deputado Rodrigo Maia, escrito a quatro mãos por Julia Dualibi e Malu Gaspar.
Coisa bem feita, como costume da revista. Lança luz sobre os acertos, conchavos e malabarismos exercidos no dia-a- dia do Congresso Nacional. Um retrato de corpo inteiro da política nacional, mostrada em sua inteireza, sem retoques.
Ajuda a reavivar a memória e nos faz lembrar a origem de César Maia, de Moreira Franco, de Anthony Garotinho e outras excelências cariocas, que se cruzam com excelências paulistas e nordestinas, passando por mineiros deslustrados. Todos irmanadas pela perpetuação de assentos, cargos e outras sinecuras. O restante, que os lídimos jornalistas da Globo chamam de "bastidor", é sem dúvida uma imensa e fecunda lavoura de factóides, palavra bem ao gosto do pai de Rodrigo Maia.
Carlos Brickmann me ensina também que a pseudo-desavença entre Geraldo Alckimim e João Doria é puro "mise-en-scène".
Ao fim e ao cabo, em 2018, quem estiver melhor apetrechado, montará no cavalo que os dois estão selando rumo a Presidência.
Experimentei uma assinatura digital de O Globo e já cancelei. A assinatura da Veja, também cancelei há muito. Vou recebê-la até novembro. Já estava paga. Caiu muito a qualidade. Se paga pelos artigos de José Roberto Guzzo, Roberto Pompeu de Toledo, JerônimoTeixeira e Vilma Grizinski. O grosso da revista é pura perfumaria. Perderam a embocadura.
E pensar que durante anos acreditei nas diferenças políticas e nos embates ideológicos. Foi-se o tempo. Alianças são feitas e desfeitas, desde que o mundo é mundo. Só a idade e o tempo ocioso nos dá a verdade dos fatos. Pena que não percebi quando jovem. A juventude nos faz arrogantes e obliterados de visão, com a colaboração da imprensa.
Quanto aos trouxas do título, somos todos nós brasileiros que não desfrutamos da amizade dos reis.
Uma nota: a turma amestrada do Lula recebeu há tempos o apelido de "mortadelas". Michel Temer, para não ficar em desvantagem, nomeou um certo José SALAME para um alto cargo no Ministério da Saúde. Grande currículo: ex-prefeito de Marabá e cabo eleitoral dos Barbalho.
Era só o que faltava.
Duas historinhas rápidas:
- A primeira aconteceu em um evento da FAEMG na Serraria Souza Pinto. Em um estande da EPAMIG onde se degustava azeites, uma madame indaga ao atendente:
"Esse azeite é feito de que?
"Resposta: De azeitona, Senhora.
E a madame retruca: "Achei que era de Oliva"!!!
- Levei o carro para uma revisão na Mila Pampulha. Dois dias depois recebi uma ligação da concessionária. Pelo telefone uma amável voz feminina pergunta-me se era possível responder um questionário sobre o atendimento. Disse-lhe que sim, desde que fosse rápido.
Ela então perguntou-me:
"O senhor foi extremamente bem atendido?
Para encurtar, respondi:
"Coloca ai, foi tudo muito bom" .
Ao que ela retrucou: não posso colocar, pois não tenho essa opção!!!
É pura verdade. Tenho testemunha.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silverio Vasconcelos Miranda, que nasceu em Rio Piracicaba em 1943.