A Paciência e o Paciente - Crônica Jornal “Estado de Minas” - 22/02/2018 - Mário Ribeiro

Ainda não apareceu uma solução - e talvez jamais apareça - que nos ajude a sair de encrencas e situações que nos são expostas pelo mundo, principalmente desse mundo chamado de moderno mas que tantas vezes parece ser a vanguarda do atraso.

Alvejados o tempo inteiro por informações sobre tudo e todos, somos proibidos de nosso direito inalienável de recusar a aceitar modos e costumes que no íntimo consideramos inconvenientes.

Coisa da velhice, dizem até com razão porque a reação exagerada aos modismos pode ser considerada até natural quando se chega a uma idade também exagerada.

Nesta encruzilhada entre aceitar ou não, o caminho mais sensato talvez seja, certamente, seguir o caminho da paciência, deixar pra lá e não sofrer por causa da rabugice congênita à idade provecta.

Acima de tudo surge a importância da paciência.

Paciência para ouvir mas deixar entrar por um ouvido e sair por outro. Paciência com políticos que não tomam jeito.

Paciência para, apesar de toda dificuldade, evitar berros e palavrões que provocam vexame dentro de casa e nas ruas.

Enfim, ser paciente.

Não é fácil, mas não deve haver outra opção melhor para não desgastar a mente já fraca nem o ânimo de continuar levando a vida.

Ser paciente como o doente é chamado exatamente porque tem de obdecer profissionais e pessoas que lhe dão cuidado para sua recuperação.

Não é fácil ter paciência pois a rabugice aciona a mil o sistema nervoso diante de tantos disparates que ocorrem.

Paciência!!! 

Melhor deixar prá lá!!!


Mário Ribeiro