O Ler e o L.E.R. - Crônica Jornal “Estado de Minas” - 08/02/2018 - Mário Ribeiro

Ao longo da História destacaram-se aqueles seres inquietos e geniais capazes de oferecer à humanidade soluções definitivas para facilitar e melhorar a vida das pessoas.

São os inventores, eles que arrancam praticamente do nada algo muitas vezes simples mas de eficiência extraordinária.

Com o surgimento dos celulares – algo incrivelmente espetacular para a comunicação entre humanos – eles ainda não conseguiram (e talvez não consigam) resolver um problema sério para os humanos.

Trata-se de encontrar uma solução para que as pessoas viciadas no aparelhinho inventado por Martin Cooper e que viveram alguns anos sem ele antes que a brilhante idéia mudasse completamente nossas vidas.

Afinal, não existe mais quem abra mão do aparelho seja no recesso do lar, no trabalho, no banheiro, no estádio ou andando pelas ruas sob o risco de tropeçar num buraco nas calçadas, todas quase sempre irregulares.

Não adianta saber que existem equipamentos esdrúxulos tipo o pau-de-self porque o que funciona mesmo é segurar o fone com uma das mãos.

Mais do que a necessidade de comunicação resolvida pelo aparelho, o excesso de seu uso acaba por chegar a provocar um negócio que a Medicina chama de L.E.R – Lesão por Esforço Repetitivo: o braço doi, os olhos lacrimejam, a cabeça confunde as coisas, mas nunca paramos de ler e usar os recursos do smartphone, quase sempre de forma obsessiva.

Não se sabe aonde isso irá parar ou se um dia vai parar.

O certo é que insistência em ler no celular pode fazer os humanos vítimas de L.E.R. Haja dor no braço...



Mário Ribeiro