Vivemos tempo de temores com tantas notícias que amedrontam o simples cidadão que sai à rua para comprar o pão de cada dia na esquina mais próxima.
Temor de ser atropelado por carro de um alucinado atrasado para chegar ao seu destino ou para usufruir da potência do veículo turbinado que não combina com a velocidade permitida. Temor de sair de casa, simplesmente, relembrando um poema de Vinícius de Moraes que, sobre o assunto, tinha um verso-chave:
“São demais os temores dessa vida” – e olha que Vinícius era um romântico inveterado.
Nas noites do Rio de Janeiro quadrilhas dos morros promovem tiroteiros que tiram o sono e a tranqüilidade dos habitantes. Os tiroteiros até viraram rotina que a polícia ou as Forças Armadas não conseguem controlar. Para completar, temos agora tremores de terra no Brasil que sempre foi dito ser imune a tais fenômenos da Natureza.
O turbillhão saiu da Bolívia com uma força inédita e veio causar pânico em cidades brasilera cada vez mais preocupadas com temores do dia-a-dia de assaltos, assassinatos, desastres pavorosos e debates em que a razão é jogada na vala comum do egoismo e da grosseria verbal.
Se dementes e bandidos de carteirinha dominam as ruas, não será absurdo que todos se tranquem em casa e peçam alimentos e suprimentos por entrega a domicílio. Ler jornais por assinatura ou se atualizar pelo computador nunca foi tão importante, mas fugir de terremoto certamente é mais complicado.
Cruzes!!!
Mário Ribeiro