Cheguei à triste conclusão de que o Brasil tornou-se um País extremamente chato. Nada mais cansativo do que uma sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, a egrégia corte nacional, guardiã impoluta da Constituição Federal.
Cheguei também à triste conclusão que pelas bandas do STF trava-se um campeonato enfadonho, destinado a "encher o saco” dos vis mortais sem direito a embargos infringentes, embargos de declaração, embargos dos embargos e outras tantas firulas jurídicas esgrimidas até as últimas consequências.
Citação monocórdica de doutrinas daqui e d'além mar. Doutrinas da França, citadas pelo ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa. Afinal ele estudou por lá e tinha de mostrar sapiência daquilo que aprendeu com os gauleses.
Gilmar Mendes, brasileiro e português, com sua "bicanca" a la Humphrey Bogart, esgrime doutrinas e cita autores, com sua voz de trovoada pantaneira, adquirida, quem sabe, no aboio de seu gado de corte.
Luiz Fux com seu colarinho de "croupier" de filme de faroeste, cabelo gomalinado de "pesador de ouro", não se cansa de afrouxar o dito colarinho, à guisa de um grande magistrado.
Lewandovsky nem se fala: com seu penteado de "tomar emprestado", desfila sua ciência de juíz do ABC, pensando na possibilidade de convencer seus doutos colegas.
Outra observação: apesar de saberem que estão sendo transmitidos ao vivo para todo o Brasil, proferem "os magníficos" votos para eles próprios. Pedem sempre a concordância de seus pares, envolvidos em togas francesas feitas sob medida para a majestade do cargo e função. Engraçado é que eles de intitulam a Corte e quando se dividem passam a ser chamados de Turmas. Aprendi no interior que Turma se empregava muito para designar trabalhadores braçais, operários que tinham a função de conservar trechos de estradas de ferro ou de rodagem.
Novo mistério: como uma Corte se divide em turmas? Difícil de entender.
E tome doutrina: Tomé Hermes Lima, Victor Nunes Leal, Aliomar Baleeiro e outros tantos saudosos doutrinadores.
Dias Tofolli tornou-se um sábio do Direito. Celso de Mello e seu sotaque caipira chique de interiorano paulista já nasceu sábio e decano. Marco Aurélio Mello, de voz eternamente cansada conhece a doutrina como poucos.
O mesmo se dá com os outros não citados. Nomear todos, um a um ficaria tão enfadonho quanto a cantilena dos Juízes Supremos.
Uma canseira sem tamanho em um Brasil que escorrega ladeira abaixo e se perde cada vez mais no pagamento de salários de funcionários públicos ativos, inativos e espertos.
A patuleia embasbacada agradece e espera que cada um cumpra o seu dever.
Urtigão ( desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba/MG, em 1943.