Michel Miguel Temer Lulia no meu sentir é um homem de muita coragem. Político de habilidade incomum como parlamentar, tinha pouca ou nenhuma experiência no poder executivo.
Se tal não bastasse, ousou desmontar da Presidência da República a senhora Dilma Vanna Rousseff, a mandatária mais inepta que Pindorama jamais teve. Nem Delfim Moreira, no auge de sua loucura foi tão incapaz. Inaptidão somente não dá causa a ninguém para "desapear" alguém do cargo mais alto da Nação. Dilma fez por onde: quebrou a Petrobras, a Eletrobrás e mais quebraria se lhe fosse dada a chance. Reduziu as finanças tupiniquins a zero, de mãos dadas com Guido Mantega (pasmem: o ministro da Fazenda de maior permanência no cargo, desde a Proclamação da República) além de deixar o BNDES de joelhos e arrebentado com a Caixa Econômica Federal.
Tudo o que foi dito acima requereu muita coragem de seu vice. A porta estava arrombada e urgia consertar.
Pior do que tudo foi a onipresença do PT, incrustado em todas as camadas do poder. Temer herdou um País quebrado e totalmente aparelhado pela "cumpanherada" vivendo as custas da "viúva" desde os idos de Fernando Henrique Cardoso, o deus grego da rua Maria Antônia, amado por dez em cada dez estudantes de Comunicação, Ciências Sociais, Antropologia e outras tantas "gias" sem nenhuma serventia. O Kerensky da USP aplainou bem o terreno para o assalto inédito perpetrado por Lula e asseclas.
Somente alguém com muita coragem seria capaz de assumir um "agronegócio inteiro de abacaxis". O descendente de libaneses assumiu a tarefa inaudita, arregaçou as mangas e pôs mãos à obra. Nunca um político de pouca popularidade e poucos votos encontrou tantas cascas de banana em seu caminho.
Denúncias etílicas do PGR, gravações "obradas" por açougueiros ladrões, malas de dinheiro devidamente plantadas para corromper seus assessores e muita coisa mais.
Para culminar, uma greve de caminhoneiros insuflada por empresários acostumados a mamar na velha porca, comandados por um ex-senador natural de Juatuba e recentemente condenado pela justiça de Minas.
Políticos oportunistas e a imprensa enganjada aderiram aos motoristas de caminhão e alardeiam a falência da República ou a renúncia do político paulista. Desde o primeiro dia de governo os jornalistas fustigam o homem.
Até o seu português castiço foi alvo de chacota. Ele ousou empregar uma figura de sintaxe usual na língua culta. Estavam acostumados com o linguajar chulo do "Nove Dedos" e saudosos da "Mulher Sapiens": a Mesóclise para ouvidos pedestres era meio muito. Tratemos de desancar o homem do “gorpi".
Com a crise instalada no Brasil, acusam Temer de débil no Executivo e de ter sido pego de surpresa. Todos os que se esmeram em louvar 1968, o decantado ano da revolta dos estudantes de Nanterre e as mudanças que aquele ano nunca fez, acham Temer indeciso.
Se esquecem que o General Charles De Gaulle, o herói da Resistência ficou sem ação no levante sem causa dos estudantes. Quisera eu ter visto o Grande Charles lidar com os caminhoneiros. Seria uma derrota mais acachapante do que a rendição vergonhosa dos franceses em Waterloo. Com Napoleão à frente das tropas.
Urtigão ( desde 1943)
Urtigão é pseudonimo José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba/ MG, em 1943.