Mentira sempre teve perna curta. Dizia meu pai, manco de uma perna que "mais rápido se apanha um mentiroso do que um "coxo". Voz do povo, voz de Deus.
Ontem, dia 11/06/2018, foi divulgada a notícia da visita frustrada de um emissário do Papa Francisco Primeiro e Único, ao presidiário mais ilustre do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O pseudo-emissário, que atende pelo nome de Juan Grabois, advogado e ativista de direitos humanos, além de trazer para o Barão de Munchausen do Agreste, a sagrada palavra de apoio e conforto do Jesuíta dos Pampas. Trazia também uma relíquia para o ex-presidente: um rosario bento pelo homem de Deus.
Ao ouvir a notícia no rádio do carro, juntamente com minha mulher, confesso que esbravejei: "Esse papa argentino não tem mãe. Interferência indevida em assuntos nacionais. Afinal, ele é também chefe de estado!"
Minha mulher foi além. Detesta mais o falso metalúrgico do que o Flamengo. Afinal, é vascaína desde criança. Quase se debulhou em lágrimas, maldizendo o Lula e sua caterva. Com mais calma matutei. Afinal, terços baratos são vendidos às toneladas na praça de São Pedro e adjacências. Todos eles, devidamente "benzidos", tão somente pela proximidade do Vaticano.
Não deu outra. O tal emissário nunca foi acolito do Papa e o terço não foi presente do Pontífice. Tudo devidamente desmentido pela Santa Sé e pela CNBB. Menos mal.
Fiquei a recordar do soberbo romance de Eca de Queiroz, "A Relíquia", publicado em 1887. Na história o anti-herói, Teodorico Raposo, depois de uma peregrinação na Terra Santa, bancado pela tia rica e piedosa, traz na bagagem de volta uma relíquia. Uma coroa de espinhos que deveria ser a própria usada pelo Cristo, no sacrifício do calvário.
Embrulhada em papel pardo, tal qual uma camisola que recebera de presente de uma amante inglesa. Os pacotes se misturaram e a tia acabou recebendo a camisola. Clamor total na presença de padres e bispos. Enfim, uma relíquia tão falsa quanto uma nota de quatro libras esterlinas. Tal e qual o terço do Lula e o emissário do Papa.
A resenha do romance do grande escritor português está muito sucinta. Vale a pena ser lido. Disponível na internet. Uma obra prima.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piraciba/ MG em 1943.
Ontem, dia 11/06/2018, foi divulgada a notícia da visita frustrada de um emissário do Papa Francisco Primeiro e Único, ao presidiário mais ilustre do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. O pseudo-emissário, que atende pelo nome de Juan Grabois, advogado e ativista de direitos humanos, além de trazer para o Barão de Munchausen do Agreste, a sagrada palavra de apoio e conforto do Jesuíta dos Pampas. Trazia também uma relíquia para o ex-presidente: um rosario bento pelo homem de Deus.
Ao ouvir a notícia no rádio do carro, juntamente com minha mulher, confesso que esbravejei: "Esse papa argentino não tem mãe. Interferência indevida em assuntos nacionais. Afinal, ele é também chefe de estado!"
Minha mulher foi além. Detesta mais o falso metalúrgico do que o Flamengo. Afinal, é vascaína desde criança. Quase se debulhou em lágrimas, maldizendo o Lula e sua caterva. Com mais calma matutei. Afinal, terços baratos são vendidos às toneladas na praça de São Pedro e adjacências. Todos eles, devidamente "benzidos", tão somente pela proximidade do Vaticano.
Não deu outra. O tal emissário nunca foi acolito do Papa e o terço não foi presente do Pontífice. Tudo devidamente desmentido pela Santa Sé e pela CNBB. Menos mal.
Fiquei a recordar do soberbo romance de Eca de Queiroz, "A Relíquia", publicado em 1887. Na história o anti-herói, Teodorico Raposo, depois de uma peregrinação na Terra Santa, bancado pela tia rica e piedosa, traz na bagagem de volta uma relíquia. Uma coroa de espinhos que deveria ser a própria usada pelo Cristo, no sacrifício do calvário.
Embrulhada em papel pardo, tal qual uma camisola que recebera de presente de uma amante inglesa. Os pacotes se misturaram e a tia acabou recebendo a camisola. Clamor total na presença de padres e bispos. Enfim, uma relíquia tão falsa quanto uma nota de quatro libras esterlinas. Tal e qual o terço do Lula e o emissário do Papa.
A resenha do romance do grande escritor português está muito sucinta. Vale a pena ser lido. Disponível na internet. Uma obra prima.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piraciba/ MG em 1943.