Sei que tudo era uma festa, por sinal, bem feita e alegre. Cheia de pais, mães avós, tios e parentes. Todo mundo de celular em punho a fotografar todos os movimentos. Fiquei a pensar na falta de informação que campeia no Brasil e a falta de valores legítimos em nossa sociedade. Por que razão as fantasias de cangaceiros e suas companheiras?
Será que a direção do educandário e as professoras nunca tiveram informações reais sobre o cangaço seus males e suas consequências?
Ao que tudo indica, as informações que chegam até o Sudeste ficam resumidas às festas de São João de Caruaru e de Campina Grande, largamente mostradas em cadeia nacional pela Rede Globo de televisão e emissoras menores.
Mesmo nos forrós citados acima, não são mostrados cangaceiros, quando muito, aparecem filas de bacamateiros, figuras típicas de maracatus rurais, também encontradiças nos carnavais de Pernambuco.
O nordeste brasileiro é riquíssimo em manifestações culturais e tem nas festas juninas, excelentes oportunidades para o Brasil conhecer o folclore, a culinária, o artesanato e as músicas. Na minha opiniao, cabe ao colégio, sua direção e as professoras corrigir o que foi mostrado aos visitantes. O Brasil do final do século dezenove e até os anos quarenta do século vinte e em particular os nordestinos, sofreram horrores com os cangaceiros e seus bandos sanguinários, ladroes, assassinos, estupradores, gatunos e malfeitores de toda a espécie. Para terminar: protegidos de "coronéis" e mandatários locais que contribuíram para jogar no atraso e subdesenvolvimento uma parcela significativa do Brasil e de brasileiros.
Urtigão ( desde 1943)
Urtigão é pseudônimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba/MG, em 1943.