Compromissos e Verdades - Crônica Jornal "Estado de Minas" - 20/09/2018

Cada vez mais o telefone torna-se imprescindível no dia-a-dia, sejam os de casa, antes fixos e pretos como as asas da graúna e que talvez nem existam mais.

Agora os telefones são móveis, levados para qualquer lugar, até para salas de cinema, se é que estas continuam sendo freqüentadas.

Steve Jobs certamente não imaginou a confusão que o celular causaria, como ter de ouvir conversa dos outros nos ônibus e nas ruas. 

A defesa que se faz do celular é exatamente isso: se não fosse o celular como seria possível localizar uma pessoa diante de algum problema sério em sua casa e ele andando na rua ou viajando?

A evolução não pede licença para entrar: ela nos pega à força onde estivermos. E cada vez mais será assim, queiramos ou não.

Ela quer nos levar para frente, tornando-nos mais atualizados para enfrentar problemas, sejam eles fáceis ou difíceis de serem resolvidos.

Em contraposição há o chamado “vício de uso”, seja ao atravessar a rua falando ao celular, seja no ônibus sem o cuidado para não falar alto e incomodar quem está sentado ao lado.

Não podemos criticar Steve Jobs ou Santos Dumont ao fazer seu precário avião voar em torno da Torre Eiffel.

Eles e muitos outros fizeram a civilização livre de dificuldades que existiam antes. Tecnologia não para no tempo nem a ignorância que atravanca o progresso, como diria Chico Anísio. 

Compromisso com a verdade é que talvez seja impossível, principalmente pelos políticos.

Sempre foi assim e será para sempre.

Mário Ribeiro