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Reitor UFRJ com seu boné do MST. Sr. Roberto Leher é reitor desde 2015 e filiado ao PSOL desde 2007 |
O Museu Histórico Nacional foi consumido por um incêndio na noite de 2 de setembro. No mês da Independência do Brasil, data pouco lembrada no Brasil comunista. Na véspera do Dia do Biólogo, comemorado no dia três do mesmo mês.
Tenho um filho biólogo e um sobrinho Naturalista. O sobrinho é um excelente profissional, autoridade reconhecida além fronteiras pelos seus vastos conhecimentos. Filho e sobrinho estão de luto. Não se enquadram na categoria de "viúvas" em razão de saberem de cor e salteado a importância da Instituição queimada e mais ainda, do descaso que tratam a história e a ciência em Pindorama.
Da noite de domingo para cá, o assunto Museu Nacional ocupa as manchetes. Já apareceram dando entrevistas na Rede Globo uma infinidade de diretores do mais antigo museu nacional.
Fazem "rodas de conversa", convidam especialistas em gerenciamento de risco, técnicos de seguradoras e comparam nossas instituições de pesquisa museológica com outras mundo afora. Ouvi uma professora do MN dizer que o museu de Berlim foi bombardeado e reconstruído, como prova inconteste que poderemos reconstruir tudo aquilo que o fogo destruiu. Pura mentira: poderemos sim, reconstruir o prédio. As coleções perdidas, tais como as de insetos nunca serão recuperadas. Documentos, moluscos (o Museu possuía uma enorme coleção deles), objetos indígenas de mais de um século, memória dos povos da América Pré-colombiana e um número monumental de itens se perdeu. Perdidos estão os arquivos de pesquisas e artigos científicos, como também se perderam muitas coisas mais.
Nas rodas de TV, as perdas mencionadas, além do crânio de Luzia, realmente uma perda terrível, lamentam a perda das múmias, do sarcófago, do trono do rei de Daome e os móveis do quarto de D. Pedro. Fizeram até manifestação no Rio de Janeiro para reclamar o descaso com a memória nacional e a falta de verbas para pesquisa. Caráter puramente político para culpar o Temer.
O colunista de Veja e professor da FGV, Sérgio Praça, em artigo no site da revista, apontou os burocratas responsáveis pela tragédia.
Está lá, com todas as letras, para quem quiser saber.
Sou capaz de apostar que noventa e cinco por cento das "carpideiras" do Museu, nunca estiveram lá. Vou mais adiante. A maioria da população do Rio nunca esteve lá. No entanto, vão ao Museu do Amanhã, projeto de Santiago Calatrava, inaugurado na zona portuária.
As "viúvas" não informam que a responsabilidade sobre o patrimônio agora perdido era da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1945.
Urtigão (desde 1943)
Urtigão é pseudonimo de José Silvério Vasconcelos Miranda, nascido em Rio Piracicaba/MG, em 1943.