Chega de Golpes - Crônica Jornal "Estado de Minas" - 11/10/2018 - Mário Ribeiro

Muito já se disse sobre a necessidade de o Brasil mudar e até foi criado um conceito popular sobre isto que dizia: “Ninguém sabe o que vai sair da barriga de grávida, da cabeça de juíz e da boca de urnas”.

Com a evolução da ciência e dos novos recursos da Medicina, faz tempo que é possível saber se da barriga da mãe sairá um menino ou uma menina.

Da cabeça de juíz geralmente surge um julgamento inesperado, mas isto não é tão corriqueiro.

Em termos políticos, em uma eleição em tempos passados sempre houve completo desconhecimento do que sairia da chamada “boca de urna”.

Agora votar tornou-se um ato completamente diferente graças à evolução: ficou mais fácil e mais rápido, inclusive o resultado final. 

O processo eletrônico passou a facilitar tudo, até o resultado final, acabando com o lenga-lenga antigo que levava dias para a contagem dos votos no papel.

No mesmo dia sabe-se quem foi para frente e quem ficou para trás. E aí vem a revelação surpreendente de derrotas acachapantes de quem sempre viajou tranqüilamente nas ondas da ilegalidade ou dos que não supunham jamais serem afastados dos esquemas podres diante da onda de consciência politica que passou a assolar a cabeça dos eleitores.

Na eleição de agora não houve como não vibrar com resultados tão eloqüentes como aconteceu no episódio bíblico da expulsão dos templos.

O despertar da consciência foi tão arrazador que a esperança geral é que esse movimento nunca pare. E que a verdadeira Democracia jamais sofra golpes pelas costas. Ou pelas barrigas.

Mário Ribeiro