A crise econômica que vive o país é uma realidade que muita gente prefere ignorar ao usar uma fictícia venda nos olhos que tudo encobre.
Não é fácil encarar o que nos ameaça mas basta andar pelas ruas e observar o número de lojas que foram fechadas nos últimos tempos.
Esse fenômeno da ocultação íntima do real é um problema que os especialistas em entender o ser humano constatam no dia a dia.
Principalmente os que se desesperam diante do vazio de suas almas que, de repente, perderam até a esperança, a última que morre segundo dizem e os especialistas analisam como reação natural de quem finge não perceber as dificuldades.
Não é fácil cair na real nem sacudir um país gigante dopado por desilusões que passou a viver.
Assim, é preferível viver na ilusão, o que parece verso de um velho samba-canção que acabou indo para o lixo da História.
No samba-canção cantava-se a tristeza, a perda de um amor ou como dizia a letra de Antônio Maria: “ninguém me ama / ninguém me quer / ninguém me chama de meu amor / a vida passa e eu sem ninguém / e quem me abraça não me quer bem”.
A dura realidade é que ninguém mais parece na “fossa” e prefere sorrir como se tudo estivesse bem em reação humana para esconder até o sofrimento.
A tristeza – que não tem fim segundo verso de Vinícius de Morais – não impede de cada um ir levando a vida até que as coisas melhorem nem que demorem um pouco a acontecer.
E cantar: “Tristeza, por favor, vá embora…”
Melhor rir do que chorar.
Mário Ribeiro