O Vírus do Amor - Correspondente Internacional

Se você era um dos milhões conectados em torno de um único ideal no Sábado passado por volta das 9 da noite, vimos juntos mais uma vitória espetacular do Galo. 

Se por um bom motivo você não viu o jogo ao vivo, deve ter revisto os gols mais tarde. Ou talvez leu os resumos nos jornais (online ou em papel). Independente de como e quando viu e acompanhou o resultado, o bom foi que comemoramos a performance da nova dupla Everson + Faraó Keno, the Second. Eles nos proporcionaram momentos de verdadeiro êxtase durante a vitória contra o bom time reserva do Grêmio de Porto Alegre. 

Agora, se você não assistiu, não ouviu, não perguntou, não leu, não comentou, ou pior, não quiz entender a força positiva que as chuteiras dos jogadores do Galo proporcionam nas pessoas em todo mundo, infelizmente você tem um problema mais profundo. Você pode ter contraído uma doença viral perigosa. Tão triste, chata e contagiosa quanto o terrível Coronga Chinês.

Seu ECG indica batidas no coração, mas sua alma começou a congelar. Este vírus é conhecido no Brasil já tem tempo. Foi identificado em diferentes épocas durante os últimos 50 anos. 

O vírus em questão aparece corriqueiramente durante o decorrer do campeonato brasileiro. Se o Galão da Massa estiver então liderando a tábua de classificação... cuidado, coloque neste exato momento sua máscara pois o problema é grave e uma nova epidemia pode estar apontando. 

Na literatura médica encontramos que este vírus foi inicialmente descrito em jornais cariocas do final da década de 60. Agora com o crescimento das mídias digitais ele tenta invadir e contaminar pseudo-jornalistas de programas esportivos de baixa qualidade, contas duvidosas de twitter e outras formas de distribuição de fake-news em massa dos dias modernos.

A primeira aparição comprovada do vírus foi em uma quarta-feira, dia 3 de Setembro de 1969. O time do Galo jogou contra a seleção brasileira de Jairzinho, Tostão e Pelé. Sim, a mesma que seria tri-campeã do mundo. Antes de pegar o avião para a vitoriosa campanha no México a Seleção Canarinho pousou em BH para um “jogo treino” no Mineirão. O que aconteceu naquela noite com 71.433 torcedores vibrando entrou para história. 

Amauri abriu o placar no 1o tempo. Rei Pelé empatou impedido no início do 2o tempo. Dadá Maravilha matou aos 30 minutos do 2o tempo soltando um torpedo sem chances para o goleiro Felix. Com a vitória a massa alvinegra cantou nas arquibancadas. O time do Galo deu uma  volta olímpica no estádio, agora os jogadores vestiam nosso manto sagrado, que estava guardado por debaixo da camisa da Seleção Mineira. 

A melhor seleção nacional de todos os tempos para muitos, tinha levado uma surra sem precedentes do time do Galo. A derrota ajudou a tirar João Saldanha do comando da seleção. João, paciente Zero da doença tinha se contaminado, odiando o Galo mais lindo do mundo, João foi buscar auxilio na antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos) e juntos eles desenvolveram um vírus geneticamente manipulado que se instaurou no submundo da mafia futebolistica carioca.

O vírus piorou sua ferocidade e multiplicou seu contágio a partir de Fevereiro de 1971 quando conquistamos nosso título de campeão brasileiro em cima do Botafogo. Isso só fomentou um boom de contaminação. Os orgãos de saude publica deram a ele o nome de “vírus das almas geladas".

João Saldanha foi o paciente Zero, mas a cada nova temporada um novo e modificado vírus é desenvolvido na sede da CBF (confederação brasileira de farsantes) o que invariavelmente se torna o epicentro da nova contaminação.

Inveja emergiu nestas semanas. O vírus ressurgiu das profundezas e inicia seu processo de proliferação. Com o time de SãoPaoli jogando bonito e liderando o campeonato, um novo surto foi identificado na sede da ESPN Brasil, FOX Esporte e Rede Bandeirantes. Testes realizados mostraram diversos casos positivos. Outros contaminados são canais particulares digitais pequenos, mas não menos perigosos, como o YouTube dos ex jogadores Neto e Casagrande. Pseudo comentaristas que “coincidentemente” moram no eixo São Paulo e o Rio de Janeiro. A infecção tem crescido e o volume de mentiras e ódio aparece em grande volume. 

“vírus das almas geladas" ataca inicialmente o sistema nervoso central da pessoa. Iniciando um processo que toma o controle de sua racionalidade. Em um segundo estágio da doença o vírus bloqueia os neurônios de comunicarem com as áreas que controlam suas emoções. As barreiras de proteção vão sendo levantadas, os juízes começam a serem comprados e em um processo de inibição enzimática o indivíduo tem bloqueado completamente sua possibilidade de sentir carinho e amizade. Finalmente em sua fase final, o vírus faz o infeliz parar de amar. Com o sistema nervoso congelando, crescente indiferença e falta de compaixão, o vírus  transforma a pessoa em Zumbi pós-modernos, uma múmia egípcia em pleno século XXI. 

Apesar de altamente contagioso nosso centro de pesquisa em Belo Horizonte codificou o RNA do “vírus das almas geladas". Uma vacina super potente foi desenvolvida e criada nas proximidades da Sede do Galo no bairro de Lourdes. Com investimento de bilhões nosso imuno-genial Rubens Menin e seu time de infectologistas, identifica os focos transmissores, aplica a vacina e inicia o processo de cura.

Infelizmente depois de virarem zumbis os pobres coitados não podem se curar. Desta forma os colocamos em quarentena eterna. Bloqueando seus Twitters, suas contas de Facebook e outros focos de proliferação de mentiras. 

A vacina esta sendo aplicada em doses diárias. Assim vamos trocando ódio pelo amor. Desligando a má vontade, substituindo pelo carinho. Recuperamos infectados com mais vitórias e gols. O objetivo do Galo é um só. Ajudar esse povo que apesar de sofrido sempre soube ser feliz. Nosso anti-virus faraônico vai continuar a ajudar a manter os torcedores saudáveis e imunes. Nosso goleiro atacante vai agarrar os chutes de adversários e transformá-los em contra-ataques mortais.

Vamos continuar a recuperar infectados. Expandir e crescer nos corações de milhões pelo mundo. Destilando alegria, cantando nosso hino e celebrando com positivismo. Coisas que precisamos mais do que nunca neste ano tão difícil. Cheio de mortes e sofrimento. 

Até o final deste campeonato vamos eliminar o “vírus das almas geladas" e subistitui-lo pelo "Vírus do Amor”. Transmitindo carinho, alegria, solidariedade e paixão. Vamos infectar milhões e seremos campeões. Como em 69 e 71, daremos uma volta olímpica com a camisa preta e branca que cobre nosso peito cheio de paixão e amor. 

Corresponde Internacional

PS: caso você tenha contraído o “vírus das almas geladas" a recomendação médica do Blog é iniciar o tratamento de imediato. Começando por ouvir todos os dias a música abaixo da genial Rita Lee.